Com certeza, em algum momento, você já ouviu falar em tensiômetro agrícola. Mas, afinal, o que é tensiômetro? Para que serve essa ferramenta tão comum na rotina dos agricultores? Será que ainda vale a pena usá-la atualmente?
É isso que a gente vai te contar nesta postagem.
E para começar, é preciso entender que o tensiômetro está diretamente relacionado ao processo de irrigação do solo.
A irrigação é uma técnica de fornecimento artificial de água às lavouras. Quando escolhida e utilizada de maneira correta, é essencial para garantir a produtividade e a sobrevivência das plantas.
Mas, para que a irrigação seja de fato eficiente, é indispensável monitorar a quantidade de água presente no solo. Assim, é possível saber se a planta precisa ou não de mais quantidades hídricas.
Esse acompanhamento pode ser realizado por meio da medição da tensão em que a água se encontra retida no solo. E é aqui que o tensiômetro exerce sua função.
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Para que serve o tensiômetro
Fonte: Getty Images
A invenção do tensiômetro é atribuída ao americano Willard Gardner, considerado o pai da física moderna do solo, em meados do ano de 1922.
Ele é um dispositivo composto por uma cápsula porosa, que permite a entrada e saída de água de acordo com a tensão no solo; e um tubo de PVC ou outro material, que serve de suporte e reservatório de água.
Dessa forma, o tensiômetro é empregado para medir a tensão com que a água é retida pelas partículas do solo, também conhecido como potencial matricial.
Conhecendo a relação entre a água e a tensão em que ela se encontra, pode-se encontrar o teor hídrico na zona de maior atividade das raízes.
Assim, o tensiômetro é utilizado para determinar o potencial de água no solo. A leitura dessa medição auxilia o produtor na tomada de decisão sobre irrigar ou não.
Os tipos de tensiômetros e seus componentes
O tensiômetro é formado por uma cápsula porosa (geralmente de cerâmica ou porcelana) conectada a um medidor de vácuo através de um tubo plástico.
Essa medição de vácuo pode se dar através de um vacuômetro metálico, de um manômetro de mercúrio ou de um tensímetro digital, sendo os dois primeiros os mais usados atualmente. (Figura 1).
O tensiômetro com o vacuômetro metálico geralmente é o mais recomendado para o controle de irrigação no campo, já que é mais simples e fácil de operar. O tensiômetro de mercúrio, apesar de possuir maior precisão nas leituras, tem um manuseio mais difícil.
Como o tensiômetro funciona
Um tensiômetro funciona de forma simples.
Após estar completamente cheio d’água e em solo saturado, nenhuma água passa pela cápsula e não cria-se vácuo. À medida que o solo seca, a água sai do tensiômetro através da cápsula porosa, criando um vácuo no interior do tubo que é equivalente à tensão da água no solo.
Assim, a magnitude dessa tensão será indicada no medidor, que encontra-se conectado ao tensiômetro.
Após uma chuva ou uma irrigação, por exemplo, o teor de água no solo aumenta. Essa água passa do solo para o tensiômetro através da cápsula porosa, diminuindo os valores de leitura.
Ou seja: quanto mais seco estiver o solo, maior será a leitura. À medida que o solo fica molhado, a água entra no tubo, deixando a leitura mais próxima de zero.
É importante destacar que a mesma leitura do tensiômetro em diferentes solos pode indicar quantidades diferentes de umidade. Isso porque cada solo tem suas próprias características de retenção de água.
É possível confiar nos valores mostrados?
Fonte: Portal Fruticola
A confiança em relação às medidas feitas dependerá do entendimento do usuário sobre o funcionamento da ferramenta. Muitas vezes, o desconhecimento do mecanismo e da correta interpretação das leituras geram incerteza nos dados obtidos.
Para manter o funcionamento correto e a confiabilidade das leituras, é necessário fazer manutenções no dispositivo regularmente.
Afinal, ainda vale a pena usar o tensiômetro?
O tensiômetro vem sendo uma importante ferramenta para o manejo de irrigação há quase um século. Entretanto, com o avanço da tecnologia no campo, existem outras ferramentas que podem substituí-lo, até mesmo agindo de forma mais precisa e dando praticidade à rotina do produtor.
Nesse sentido, a tecnologia veio para ficar. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), 67% dos produtores agrícolas já utilizam algum tipo de tecnologia hoje. Além de otimizar rendimentos, a modernização garante maior segurança nas operações.
Desvantagens do uso do tensiômetro
Confira abaixo algumas desvantagens do uso do tensiômetro para o manejo de irrigação:
- O tensiômetro requer manutenção constante, já que com os ciclos de umedecimento e secagem o aparelho pode acumular ar, dificultando as respostas a variações;
- É uma ferramenta que não possui nenhum tipo de automação – as leituras devem ser feitas manualmente em campo por uma pessoa que conheça o equipamento;
- O tempo gasto para fazer a medição de uma plantação inteira tende a ser grande, principalmente se os pivôs de irrigação forem distantes uns dos outros;
- O intervalo de medidas dependerá da disponibilidade humana para ir a campo coletar os dados, impedindo que a análise de umidade do solo seja em tempo real;
- O uso em solos muito argilosos é limitado, já que monitora apenas parte da capacidade de água disponível;
- Necessita cuidados especiais para instalação, operação e manutenção.
Atualmente, existem tecnologias mais modernas que facilitam a rotina do produtor e mostram com precisão e facilidade when and how irrigar. Veja algumas delas no próximo tópico.
Outras tecnologias para o manejo de irrigação
Tecnologias com o objetivo de auxiliar o produtor no cultivo de alimentos são constantemente desenvolvidas no Brasil e no mundo.
Assim, elas vêm como uma importante aliada não apenas para ajudar a suprir a demanda por maiores produções, mas também para otimizar rendimentos, além de garantir maior segurança nas operações.
Confira outras tecnologias que podem substituir o tensiômetro para o monitoramento da umidade do solo:
Sonda de Nêutrons
A sonda de nêutrons é um equipamento usado na determinação do conteúdo de água do solo baseado no espalhamento e atenuação de nêutrons rápidos.
Embora seja muito prática por medir a umidade sem deformar a amostra do solo, tem sido pouco utilizada. Isso porque a sua fonte radioativa pode ser prejudicial à saúde.
Em função disso, existem normas e leis que regulamentam e fiscalizam rigorosamente o uso desse material.
Sensores FDR e TDR
Os sensores de reflectometria são os métodos mais apropriados para quem busca praticidade e facilidade na tomada de decisão sobre quando e quanto irrigar.
FDR (Reflectometria no Domínio da Frequência) e TDR (Reflectometria no Domínio do Tempo) são tecnologias que fornecem leituras precisas, rápidas e em diferentes profundidades.
O sistema Raks de manejo de irrigação
Saber when and how irrigar sua lavoura não precisa mais depender de um processo manual e demorado.
Isso porque a Raks desenvolveu um sistema inteligente para manejo de irrigação, que conta com a tecnologia de sensores TDR. Fixos em campo e sem a necessidade de fios ou energia elétrica, eles medem em tempo real a umidade do solo, sendo possível consultar os dados diretamente no celular, de onde você estiver!
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