Região Nordeste: A irrigação na cultura da uva

O Brasil divulgou uma produção de 1,2 milhão de toneladas para uvas de mesa, tornando-se o 13º produtor do mundo e o 4º na América (FAOSTAT, 2020). O país é responsável por produzir diversas cultivares para atender tanto o mercado interno quanto o mercado externo. A produção abrange diferentes regiões do país com destaque para regiões do Sul, Sudeste e Nordeste como mostrado na Figura 1 abaixo.  

Figura 1: Regiões brasileiras produtoras de uvas.  No destaque, o Submédio do Vale do São Francisco.
Fonte: Adaptado Embrapa (2009, p39) 

A distribuição da produção de uvas de mesa no Brasil permite que seja cultivado diversas variedades ao longo de todo o ano. Nos últimos anos, com a implementação de tecnologias, a produção tem avançado na região do nordeste, possibilitando o cultivo de uvas de mesa de altíssima qualidade. 

Produção de uvas de mesa no Vale do São Francisco  

A viticultura é considerada uma das mais importantes cadeias produtivas da agricultura irrigada no Nordeste brasileiro. Em 2021, 27% da produção nacional estavam concentrados na região do Vale do São Francisco. Essa região é a principal responsável pela exportação de uvas para a Europa.  

Vale destacar que Pernambuco é o estado com maior produção de uvas no Nordeste, com produção de 390.640t em 2021, aumento de 15,29% em relação ao ano de 2020. Já na Bahia, a produção foi de 61.274t, com um crescimento de 35,14% em comparação ao ano anterior. Esses estados vêm se destacando na região por apresentar produtividades acima da média nacional. Grande parte desse sucesso é fruto de um manejo da irrigação eficiente para a cultura. 

Irrigação na cultura da uva 

Segundo Hidalgo (1999), em condições tropicais, a videira apresenta crescimento contínuo, deixando de ser caducifólia, pela ausência da fase de repouso fenológico que é imposta pelo frio. Devido a essa condição, é necessário impor um período de estresse fisiológico através da diminuição da disponibilidade hídrica para a cultura. O uso dessa técnica é o que permite que se obtenha grandes produtividades de uva em regiões tropicais.

Manejo hídrico para cada estádio 

A demanda hídrica da uva vai alterando conforme seu estádio de desenvolvimento, por isso é necessário entender em qual período a planta se encontra para realizar um manejo hídrico que atenda a necessidade da cultura, conforme a Figura 2. 

Figura 2: Desenho esquemático relativo ao comportamento dos coeficientes de cultura de videira.
Fonte: Projetar Irrigação Ltda (Embrapa, 2009 p394) 

Repouso fenológico

Depois da colheita, inicia-se um novo ciclo. Então, a cultura é induzida ao repouso fenológico através da redução dos volumes de irrigações. Cabe ressaltar, que é uma redução nos volumes adicionados, e não uma restrição total, pois precisamos manter a planta fotossinteticamente ativa. Normalmente, esse período leva cerca de 30-40 dias dependendo do cultivar. Após esse período são retomadas as irrigações para estimular a brotação da planta. 

Crescimento vegetativo

Inicialmente a planta possui pouca área foliar, consequentemente apresenta uma menor taxa de transpiração. Conforme ocorre seu desenvolvimento, há uma maior perda de água pela planta, o que resulta em maiores lâminas de irrigação para atender toda essa demanda. Durante os períodos de brotação e crescimento de ramos é fundamental suprir todas as necessidades hídricas da cultura, pois restrições hídricas nesses períodos levarão à redução da produtividade. A Figura 3 mostra a videira com os brotos já com um sistema para manejo da irrigação instalado na cultura. 

Figura 3: Videira com brotos. Fonte: Raks Tecnologia Agrícola (2023)

Fases reprodutivas 

É necessário atenção especial no período do florescimento ao chumbinho, pois excessos hídricos podem causar abortamento de flores, resultando em menor número de bagas por planta. A fase inicial de formação das bagas é o momento em que ocorre maior demanda hídrica da cultura, déficit hídrico nesse período poderá ocasionar redução no tamanho dos frutos e atraso no seu amadurecimento (Ávila Neto et al., 2000). 

Após o período de crescimento das bagas, as uvas entram no processo de maturação, neste momento é interessante reduzir a disponibilidade hídrica para a planta, a fim de favorecer os aspectos qualitativos da uva (concentração de açúcares e ácidos), conforme a Figura 4 abaixo. 

Figura 4: Videira com cachos de uvas. Fonte: Raks Tecnologia Agrícola (2023)

Como saber a quantidade de água para suprir a demanda da planta? 

A melhor maneira de monitorar a demanda hídrica da cultura é através do solo, pois ele é o reservatório de água para a planta. Logo, se a planta consome uma quantidade maior de água devido as condições climáticas ou ao seu próprio crescimento, é possível saber o quanto foi consumido através das variações de umidade desse solo. Também é possível monitorar os períodos de restrição hídrica impostos, dessa forma se tem o controle de que se está diminuindo a disponibilidade hídrica para planta, mas não afetando sua produtividade. 

Como realizar o monitoramento da umidade do solo? 

O monitoramento da umidade do solo pode ser realizado através de metodologias bastante simples, como a análise sensorial da umidade (cavada manual), até tecnologias bastante avançadas, como os sensores de umidade do solo TDR (Reflectometria no Domínio do Tempo). Esses sensores conseguem mensurar com bastante precisão pequenas variações de umidade do solo, gerando dados de qualidade para um melhor manejo de irrigação para a videira. Abaixo, o sensor TDR da Raks Tecnologia Agrícola – Figura 5.

Figura 5: Sensor de umidade TDR da Raks. Fonte: Raks Tecnologia Agrícola (2023) 

Sistema Inteligente para Manejo da Irrigação – Raks

Como visto anteriormente, a irrigação correta no cultivo da uva é um processo muito importante durante todas as etapas de produção dessa cultura e irá refletir diretamente na produtividade. Assim, é importantíssimo um manejo hídrico eficiente para a videira, pensando nisso, a Raks oferece a solução perfeita para você! 

Unindo inovação e tecnologia, a Raks desenvolveu um sistema inteligente para manejo da irrigação. Com esse sistema você consegue saber when and quanto irrigar sua propriedade. O coração desse sistema são os sensores TDR da Raks medem com precisão a umidade do solo. Além disso, os sensores são de tecnologia brasileira e desenvolvidos por nós. A Figura 6 (A) abaixo, mostra a instalação do equipamento na cultura de uva em Juazeiro (BA). 

Figura 6: (A) Sensor instalado na cultura de uva na região Nordeste do Brasil. 
(B) Simulação da plataforma on-line para acesso dos dados.  
Fonte: Raks Tecnologia Agrícola (2023) 

Na Figura 6 (B) é apresentada a plataforma Raks, que integra dados do solo, tipo de cultura, clima e modo de irrigação que utiliza, para informar ao produtor quando e quanto irrigar. E de forma simples e prática consegue acessar a esses dados em tempo real através de uma plataforma on-line onde são apresentados por meio de gráficos e tabelas permitindo a geração de relatórios e análises mais detalhadas sobre a irrigação. 

Com essa solução será possível ter o controle do seu sistema de irrigação, produzindo mais com menos recursos, sendo uma aliada do produtor, já que é possível observar os períodos críticos das plantas de uva. 

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Bibliografia 

Agrometeorologia dos cultivos: o fator meteorológico na produção agrícola / organizador José Eduardo B. A Monteiro. – Brasília, DF: INMET, 2009. 530 p.: Disponível em: https://www.embrapa.br/documents/1355291/37056285/Bases+climatol%C3%B3gicas_G.R.CUNHA_Livro_ Agrometeorologia+dos+cultivos.pdf/13d616f5-cbd1-7261-b157-351eaa31188d?version=1.0 

A vitivinicultura no Semiárido brasileiro / editores técnicos, José Monteiro Soares, Patrícia Coelho de Souza Leão. – Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica; Petrolina: Embrapa Semi-Árido, 2009. 756 p. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/513781 

HIDALGO, L. Tratado de Viticultura General. 2 ed. Madrid: Mindi-Prensa, 1999. 1172 p. 

ÁVILA NETTO, J. et aI. Exigências hidricas da videira na região do submédio São Francisco. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 35, n. 8, p. 1559-1566, 2000. 

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