Manga: a importância da irrigação adequada para potencializar a cultura

A região Nordeste é a maior produtora de manga no Brasil, respondendo por mais de 80% da produção nacional. O Vale do São Francisco, localizado no semiárido nordestino, é o principal polo produtor, concentrando cerca de 60% da produção da região (Fonte: IBGE). O clima semiárido do Vale do São Francisco é ideal para o cultivo da manga, pois a região apresenta temperaturas elevadas e baixa umidade relativa do ar, o que favorece o desenvolvimento da fruta.

De acordo com o estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33, as frutas têm apresentado importância crescente na produção do agronegócio brasileiro. De janeiro a maio de 2023, o país exportou US$ 453,3 milhões (420,3 mil toneladas). A manga apresentou o segundo melhor resultado em valor das exportações (jan. – mai.), com US$ 51,3 milhões. Para o futuro, as projeções de produção até 2032/2033 mostram que a produção de manga deve crescer 22,9%. Isso significa que há uma janela de oportunidade para ampliar a produção nacional da fruta, que é muito popular no país.

Necessidade da irrigação para a produção no Nordeste

Na região semiárida do Nordeste, o baixo volume das chuvas e sua má distribuição fazem com que não seja possível suprir a demanda da mangueira para região, que demanda aproximadamente 1.370 mm de água por ano. Dessa forma, é essencial a irrigação para viabilizar a produção da cultura. No entanto, não basta apenas ter o sistema de irrigação, precisamos saber qual lâmina de irrigação devemos usar e quanto podemos espaçar entre irrigações.

Manejo da irrigação

Como saber quanto e quando irrigar?
É fundamental conseguir suprir toda a demanda hídrica da mangueira para que seja possível atingir grandes produtividades. Essa é uma tarefa complexa, pois as necessidades hídricas mudam ao longo do ciclo da cultura e se alteram conforme as condições climáticas. Por isso, é necessário termos bons indicadores para realizar o manejo da irrigação.

Indicador – Solo

O solo é um ótimo indicador para o manejo da irrigação porque ele funciona como reservatório de água para as plantas. Assim, em dias em que o clima gera uma maior transpiração na planta, existe um maior consumo da água do seu reservatório. Dessa forma, monitorando essas variações de umidade no solo, podemos sempre suprir a demanda da planta.

Capacidade de campo
Para conseguirmos trabalhar com o solo como indicador, é preciso conhecer o conceito de capacidade de campo. Ele é a capacidade máxima de armazenamento do solo, ou seja, o limite do nosso reservatório. Se adicionarmos água além da capacidade de campo, o solo não consegue armazenar e a água acaba não sendo utilizada pelas plantas. Por isso, não devemos irrigar além deste limite, pois além do desperdício deste recurso, ainda temos efeitos de lixiviação de nutrientes and consumo de energia desnecessário do sistema de irrigação.

Ponto de Murcha Permanente
Outro conceito bastante importante para o manejo da irrigação é o Ponto de Murcha Permanente. Ele é quando o conteúdo de umidade do solo está tão baixo que a planta não consegue mais absorver água e se recuperar desse estresse hídrico, assim ele define o fundo do reservatório. Em uma pomar de manga devemos trabalhar com um teor de umidade do solo bastante acima do ponto de murcha permanente, pois fora o período de indução floral, não queremos que haja baixa disponibilidade hídrica para a cultura.

O intervalo de umidade de solo entre a capacidade de campo e ponto de murcha permanente definem a água disponível no solo. Essa é a faixa de umidade do solo que há água disponível para utilização da planta. É essencial que o produtor conheça esse intervalo em seu solo para realizar o manejo mais assertivo para sua cultura.

Monitoramento da umidade do solo

Para utilizarmos o solo como indicador é essencial estar monitorando a sua umidade.  Alguns produtores estão acostumados a realizar a cavada manual (método sensorial) para determinar a umidade do solo, no entanto este método é bastante impreciso e laborioso. Atualmente, existem diversas tecnologias capazes de monitorar a umidade do solo dos pomares, para utilização em áreas do produtor. Destacam-se:

– Tensiômetro
É uma ferramenta usada para medir a tensão com que a água é retida pelas partículas do solo, também conhecido como potencial matricial. A partir da leitura do tensiômetro, é necessário converter o seu valor para conteúdo de água (umidade) do solo, através da curva de retenção.

Vantagens:
Baixo custo;
Simplicidade de operação;

Desvantagens:
Requer manutenções constantes;
Não possui nenhum tipo de automação;
Requer maior disponibilidade de tempo e de mão-de-obra.

– Sensores de umidade do solo
Atualmente existem diversos tipos de sensores, que possuem qualidades diferentes, levando em conta a base de seu funcionamento. Os sensores que utilizam o princípio da dielétrica (como o método TDR) são os mais apropriados para quem busca precisão e praticidade na tomada de decisão sobre quando e quanto irrigar.

TDR
Os sensores que trabalham com o método da TDR (reflectometria no domínio tempo) possuem um circuito que envia sinais a um sensor  instalado no solo, e mensuram o tempo de retorno desse sinal. Os três principais componentes do solo (ar, água e minerais) induzem o sinal a se comportar de maneiras diferentes em função das constantes dielétricas de cada um deles. Dessa forma é possível se obter uma medida de umidade extremamente precisa.

Vantagens:
– Não necessita de pessoas em campo para a obtenção dos dados;
– Medições precisas e em tempo real;
– Pode ser utilizado em qualquer tipo de solo.

Desvantagens:
– Embora possua um custo mais elevado do que outros métodos, permite a automatização dentro de um sistema;

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O sistema Raks de manejo de irrigação

Agora você já sabe que, quando aliada à tecnologia certa, a irrigação adequada é essencial para o cultivo da manga garantir melhorias de produtividade e rentabilidade ao produtor.

É por isso que a Raks oferece um sistema inteligente que permite que você, produtor, saiba com precisão quando e quanto irrigar sua lavoura. Com sensores de desenvolvimento próprio que medem a umidade do solo, nosso sistema integra dados da planta, clima, solo e sistema de irrigação, auxiliando você na tomada de decisão. 

As medidas são apresentadas de forma simples, através de gráficos e tabelas, permitindo geração de relatórios e análises detalhadas. E mais: os sensores Raks utilizam a tecnologia TDR e permitem que você verifique de hora em hora a umidade do solo.

Assim, você vai assumir de uma vez por todas o controle do seu sistema de irrigação, produzindo mais com menos recursos, uma vez que é possível observar com precisão a verdadeira demanda hídrica na cultura da manga.

Com o desenvolvimento nacional da tecnologia, nós aliamos duas coisas fundamentais para você: grande precisão e baixo custo. Faça um orçamento sem compromisso agora! Clique aqui e fale com um de nossos especialistas.

Bibliografia

Coelho, Eugênio Ferreira; Pinto, José Maria; Silva, Davi José da. Irrigação e fertirrigação na cultura da manga. Irrigação e fertirrigação em fruteiras e hortaliças. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2011.

Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/199770/1/Manejo-da-fertirrigacao-473-497.pdf

Coelho, Eugênio Ferreira; Marouelli, Waldir Aparecido; Nogueira, Luis Carlos; Oliveira, Áureo Silva de; Sousa, Valdemício Ferreira de. Manejo da água de irrigação. Irrigação e fertirrigação em fruteiras e hortaliças. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2011. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/55931/1/IRRIGACAO-e-FERTIRRIGACAO-cap5.pdf

Cultivo da Mangueira. Sistemas de Produção, 2 – 2ª edição ISSN 1807-0027 Versão Eletrônica Ago/2010. Embrapa Semiárido. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/884451/1/CultivodaMangueira.pdf

Faria, Leandro Neves. Manejo da irrigação na indução floral e na fase produtiva da mangueira ‘tommy atkins’ em condições semiáridas. Tese (doutorado) – Universidade Federal de Viçosa, MG, 2014. Disponível em: https://www.locus.ufv.br/bitstream/123456789/783/1/texto%20completo.pdf

Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33. Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politica-agricola/todas-publicacoes-de-politica-agricola/projecoes-do-agronegocio/projecoes-do-agronegocio-2022-2023-a-2032-2033.pdf/.

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