O girassol (Helianthus annuus) é uma planta tolerante ao déficit hídrico, no entanto requer uma quantidade moderada de água para para ter boa produtividade. Apesar de apresentar um consumo menor durante todo seu ciclo do que o milho e a soja, a irrigação em quantidade e no momento correto é essencial para o cultivo bem-sucedido. Neste sentido, pesquisas indicam que a produção de girassol irrigada pode dobrar ou triplicar a produtividade em relação às lavouras de sequeiro. Por exemplo, um estudo desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) demonstra que é possível atingir produtividade superiores a 7,5 t/ha.
No Brasil, a produção de girassol ocorre, principalmente, nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. O estado goiano, que é o maior produtor do país, representa mais de 61% de todo o volume nacional. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área plantada com girassol no Brasil teve um incremento de 2,5% na safra 2022/2023, atingindo 40,5 mil hectares. A produção deve totalizar cerca 58,5 mil hectares, aumento de 42,3%, em comparação com a temporada passada. Mesmo com o aumento da área plantada, a produtividade média da cultura ainda é muito baixa (1,5 t/ha. Fonte: Conab), e o manejo da irrigação é uma grande solução para aumentar essa produtividade.
Manejo da irrigação
Apesar de demandar menos água para seu desenvolvimento do que outras culturas de verão, saber quando e quanto irrigar é essencial para suprir as necessidades hídricas do girassol em cada estágio, a fim obter melhor produtividade. Em áreas mais quentes e secas, como o Nordeste, caracteristicamente com problemas na distribuição da precipitação ao longo do ano e consequentemente na disponibilidade de umidade para a cultura, o manejo da irrigação é de grande importância, por evitar impactos produtivos causados por estresse hídrico. Já em regiões de clima mais úmido, o manejo da irrigação tem maior relevância no controle de momentos de excesso hídrico. Dessa forma, desfavorece o ambiente para o desenvolvimento de doenças fúngicas que afetam tanto a qualidade quanto a produtividade.
Pontos críticos para o manejo da irrigação
Estresse hídrico
Inicialmente, o girassol apresenta baixa demanda de água. Durante o estádio vegetativo, pequenos estresses hídricos não afetam significativamente o potencial produtivo da cultura. No entanto, caso esses estresses sejam prolongados, podem ocorrer desuniformidades no stand de plantas, e consequentemente perdas de produtividade.
À medida que a cultura se desenvolve, a demanda hídrica cresce rapidamente podendo atingir um máximo de 7 a 8 mm/dia durante a floração e enchimento de aquênios. Nesse período a cultura é bastante sensível ao estresse hídrico. A não disponibilidade de água em quantidade suficiente para a planta, neste período, influencia tanto na produtividade quanto na qualidade do óleo extraído posteriormente (Hussain et al., 2018).
Excesso hídrico
Desenvolvimento de doenças
No período inicial, o excesso de umidade no solo pode promover um ambiente favorável para o desenvolvimento de Pythium e Rhizoctonia. Isso é mais comum em solos compactados ou que apresentem má drenagem. A presença dessas doenças afeta diretamente a produtividade da cultura, pois compromete o stand inicial das plantas.
Posteriormente irrigações em demasia promovem ambientes mais úmidos que favorecem doenças como a Esclerotina (Sclerotinia sclerotiorum), Mancha de Alternaria (Alternaria helianthi) e Míldio (Plasmopara halstedii). Essas doenças podem reduzir: a área fotossintética da planta; o tamanho dos capítulos; o número de sementes por capítulo; o peso de sementes; e a concentração de óleo. Dessa forma, afetam diretamente a produtividade e a qualidade das sementes.
Gastos com energia e água
Além da irrigação em excesso favorecer ambientes para patógenos, ela também reduz a rentabilidade para o produtor, pois cada vez que o sistema de irrigação é acionado existe um grande custo com energia e água. Assim, o manejo da irrigação pode permitir que as irrigações sejam mais espaçadas, diminuindo o número de irrigações, e consequentemente, reduzindo os custos de produção para o produtor.
O sistema Raks de manejo de irrigação
Agora você já sabe que, quando aliada à tecnologia certa, a irrigação adequada é essencial para o cultivo do girassol, garantir melhorias de produtividade e rentabilidade ao produtor.
É por isso que a Raks oferece um sistema inteligente que permite que você, produtor, saiba com precisão quando e quanto irrigar sua lavoura. Com sensores de desenvolvimento próprio que medem a umidade do solo, nosso sistema integra dados da planta, clima, solo e sistema de irrigação, auxiliando você na tomada de decisão.
As medidas são apresentadas de forma simples, através de gráficos e tabelas, permitindo geração de relatórios e análises detalhadas. E mais: os sensores Raks utilizam a tecnologia TDR e permitem que você verifique de hora em hora a umidade do solo.
Assim, você vai assumir de uma vez por todas o controle do seu sistema de irrigação, produzindo mais com menos recursos, uma vez que é possível observar com precisão a verdadeira demanda hídrica na cultura do girassol.
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Bibliografia
Hussain, M., Farooq, S., Hasan, W., Ul-Allah, S., Tanveer, M., Farooq, M., & Nawaz, A. (2018). Drought stress in sunflower: Physiological effects and its management through breeding and agronomic alternatives. Agricultural Water Management, 201, 152-166. doi: 10.1016/j.agwat.2018.01.028
Simões, Welson Lima; Silva, Jucicléia Soares da; Oliveira, Anderson Ramos de; Neto, Amadeu Regitano; Drumond, Marcos Antonio; Lima, Jair Andrade; Nascimento, Bruno Rodrigues do. Cultivo do girassol com diferentes sistemas de irrigação e espaçamentos de plantio no Submédio São Francisco. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 41, n. 6, suplemento 2, p. 2899-2910, 2020. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/221336/1/Sunflower-cultivation-under-different-irrigation-systems-2020.pdf.
Junior, Edmilson G. C.; José F. de Medeiros; Melo, Talyana K. de; Sobrinho, José Espinola; Bristot, Gilmar; Almeida, Bruno M. de. Necessidade hídrica da cultura do girassol irrigado na chapada do Apodi. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. v.17, n.3, p.261–267, 2013. Campina Grande, PB, UAEA/UFCG. Disponivel em: https://www.scielo.br/j/rbeaa/a/Y5F3Y683GrD3XpK6Zg86dZc/?format=pdf&lang=pt.
Site da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Disponível em: https://www.conab.gov.br.
