As mudanças climáticas dos últimos anos vêm preocupando especialistas e autoridades do mundo inteiro.
Segundo o sexto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a última década foi mais quente do que qualquer outro período dos últimos 125 mil anos.
Assim, ainda de acordo com o relatório, nenhuma região do planeta permanecerá intocada pelos impactos dessas mudanças, resultando em grandes custos humanos e econômicos.
É por isso que, em novembro de 2021, Glasgow, na Escócia, foi palco da 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP).
A COP26 foi a maior realizada até hoje: reuniu 120 líderes mundiais e mais de 38.000 participantes. E todos com um único objetivo: discutir alternativas para minimizar as causas e as consequências das mudanças climáticas.
Nesse sentido, a agricultura não ficou de fora: dentre os assuntos abordados, destacaram-se as iniciativas para otimizar a prática agrícola ao redor do mundo, tornando-a mais eficiente e ainda mais sustentável.
Neste artigo, você vai ficar por dentro das principais questões discutidas na COP 26 em relação ao agronegócio, o que nosso país já vem desenvolvendo nesse quesito e quais serão os desafios e metas para os próximos anos.
O Brasil na COP26
Entre os dias 1 e 12 de novembro de 2021, a COP26 reuniu representantes dos 196 países signatários do Acordo de Paris.
Nesse cenário, o Brasil marcou presença como uma das maiores delegações inscritas, reunindo autoridades como governadores, prefeitos, senadores, representantes da indústria e porta-vozes da agricultura nacional.
Dentre os assuntos discutidos, estiveram ações de desenvolvimento e preservação do meio ambiente, emissão de gases que provocam efeito estufa e aquecimento global.
No âmbito da agricultura, foram discutidas alternativas de sustentabilidade através de soluções que englobam ciência, tecnologia e inovação.
A agricultura e as mudanças climáticas
Uma coisa é certa: agricultura e clima andam de mãos dadas. Fatores climáticos como temperatura, chuva, umidade, ventos e radiação solar influenciam diretamente na produção agrícola, podendo trazer sérios prejuízos.
Assim, de acordo com um estudo publicado pela Nature Food, os eventos de calor e seca causados pelas mudanças climáticas podem coincidir com mais frequência, trazendo consequências negativas para a agricultura.
Outro desafio enfrentado pelo agronegócio é a emissão dos gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono, óxido nitroso e metano. De todo o CO² liberado pelo Brasil, 72% vem das atividades agropecuárias.
Entretanto, é importante observar que essas emissões podem ser reduzidas, e o Brasil tem servido de modelo para outros países nesse quesito, como veremos mais adiante.
Assim, de acordo com o IPCC, o setor agrícola pode contribuir, até 2030, com uma redução entre 20% e 60% na liberação dos gases do efeito estufa.
Os desafios para os próximos anos
É possível destacar que, durante a COP26, foram discutidos 3 pontos principais no que tange ao setor agrícola como agente minimizador das mudanças climáticas. São eles: emissão de gases, preservação florestal e tecnologia no campo.
Emissão de gases
Durante o evento, mais de 100 países assinaram o Compromisso Global de Metano para reduzir as emissões globais do gás em 30% até o ano de 2030. Isso inclui seis dos dez maiores emissores de metano do mundo: Estados Unidos, Brasil, União Europeia, Indonésia, Paquistão e Argentina.
Assim, na agropecuária, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) apresentou soluções para diminuir as emissões de metano no Brasil. Uma delas consiste no melhoramento genético da pastagem para produzir um capim que seja mais digerível dentro do estômago dos animais.
Em se tratando da produção de alimentos, segundo especialistas das Nações Unidas, nas culturas básicas como arroz em casca é possível o uso de alternativas de umedecimento e secagem que poderiam reduzir pela metade as emissões do gás.
Nesse cenário, o Ministério da Agricultura apresentou a segunda etapa do Plano ABC+, que consiste nas tecnologias de baixa emissão de carbono praticadas pela agropecuária brasileira. O objetivo é disseminá-las a mais de 72 milhões de hectares de terras agricultáveis.
Preservação florestal
Especialistas agrônomos e entidades como a Embrapa alertam que a destruição da vegetação nativa tem grande potencial para prejudicar diretamente o agronegócio no Brasil. Um exemplo disso é a atual crise hídrica que acomete o país, sendo a pior registrada nos últimos 91 anos.
Nesse sentido, o Brasil é um dos países do mundo que mais desenvolve iniciativas para ajudar a preservar a mata nativa.
Durante a COP26, no painel “Políticas Públicas para Preservação e Recuperação Florestal”, o Serviço Florestal Brasileiro abordou a implementação do Código Florestal no Brasil através do Cadastro Ambiental Rural, do Programa de Regularização Ambiental e de incentivos econômicos para a recuperação e preservação das florestas.
De acordo com o diretor de Regularização Ambiental, João Adrien, a política do Código Florestal, implementada desde 2012, tem sido uma importante contribuição para solucionar o desafio de garantir a preservação aliada à produção agropecuária.
Assim, a previsão de recuperação em propriedades rurais por meio do Programa de Regularização Ambiental é de 34,4 milhões de hectares de reserva legal nos próximos 20 anos.
Tecnologia no campo
Irmã da sustentabilidade, a agricultura digital vem não apenas para facilitar o dia a dia do produtor, mas para contribuir com a preservação do meio ambiente.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estima que melhores conexões com a internet poderiam aumentar em 25% as opções de conectividade das propriedades rurais.
Esse melhor acesso à conexão melhoraria a operação remota de equipamentos como drones, tratores e colheitadeiras, impedindo roubos, detectando incêndios e outras ocorrências.
Para o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do MAPA, Fernando Camargo, o Brasil precisa popularizar a tecnologia entre os grandes e pequenos produtores.
De acordo com o secretário durante sua participação na COP26, o grande desafio é fazer chegar o melhor da ciência, dos produtos e das novas tecnologias a todos os profissionais do campo. Ainda segundo ele, boa parte dos 6 milhões de agricultores brasileiros não têm acesso à tecnologia.
Produza mais com menos recursos
Diante desse cenário, ancorada pelos pilares ESG, a Raks contribui diretamente para uma agricultura mais sustentável, tendo recebido, recentemente, o Selo Ilmpact 2021, que reconhece negócios de impacto socioambiental na América Latina.
Norteados pelos conceitos de sustentabilidade, inovação e eficiência, desenvolvemos o sistema Raks de monitoramento da umidade do solo, buscando fazer com que o produtor produza mais alimentos com menos recursos hídricos e energéticos.
Através de sensores com tecnologia TDR que medem a umidade do solo em tempo real, nosso sistema diz, com precisão, de onde você estiver, quando e quanto irrigar sua lavoura.
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